Esta talvez seja a mais demorada postagem da história dos 30 dias druídicos, pois o que era para ter ocorrido em fevereiro de 2012, só saiu agora, em agosto de 2013. Problemas pessoais que a cada dia, me faziam adiar esta postagem, e que na verdade, só serviram para amadurecer o pensamento que tinha acerca do assunto. Hoje, finalmente, resolvi tomar coragem e redigir sobre este tema.
Nos 30 dias druídicos, este assunto se enquadra no tema "família", mas achei por bem ampliar um pouco e colocar "o clã". Nem todos tem uma afinidade boa com seus consanguíneos, e por isto mesmo falar em família nestes casos seria como impor um conceito, e não é este o objetivo. Mas quando se fala em clã, as coisas mudam ligeiramente de forma, pois nos tempos modernos, nós escolhemos nossas relações pessoais...nós escolhemos nosso clã.
E antes que venham as perguntas e críticas, vamos colocar a questão como se deve: Em nossa família consanguínea, praticamente não escolhemos quem serão nossos pais, nossos avós, primos e irmãos. Alguns podem alegar com bases religiosas que sim, mas como comprovar de fato isto?! Se não conseguimos escolher, somos obrigados a conviver, da melhor maneira possível, com estas pessoas que a linhagem sanguínea nos colocou como parentes. E aí vem os problemas, pois nós como indivíduos temos nossas peculiaridades que nos tornam únicos. Alguns escolhem a doutrina religiosa, outros a doutrina política, alguns definem sua sexualidade, outros, sua maneira de se vestir...e isto em algumas famílias não é bem visto pelos demais, e é onde geram-se as brigas, as discussões, as revoltas familiares. Isto ocorre por haver um conflito de interesses individuais, e não haver um respeito as idiossincrasias alheias. Então, nestes casos, o chamado "amor familiar" nada mais é do que um engodo social, um placebo ao qual tomamos nos iludindo que estamos em uma relação social verdadeira.
Mas em muitos casos, acontece algo diferente, e que foge muitas vezes do núcleo familiar em si. Quantas vezes não encontramos pessoas em nossa existência, cuja amizade é tão forte, que extrapolam os laços de amigos e se tornam laços de irmãos, muitas vezes até, mais fortes do que os laços de sangue em si? Quantas vezes entramos em grupos e associações, sejam religiosas ou não, cujo companheirismo entre os pares é tão forte, que chega a se equiparar com aquilo que se espera de uma família ideal?Quantas vezes estamos nestes grupos, e os problemas de um membro acabam por mobilizar a todos os que ali estão?Acredito que muitas vezes isto ocorre em nossas vidas, pois é desta forma inclusive que encontramos nossos pares amorosos, para "tentar" constituir laços familiares ainda mais fortes - algumas vezes conseguindo, outras não. E é isto que se chama de "grupos sociais", "tribos", e eu, chamo de clã.
E o meu clã, hoje, posso dizer que é pequeno em número de pessoas? Sim...nem todos meus amigos são meus irmãos, mas aqueles a quem chamo de irmãos, o são de fato e de direito. Mas é algo que possa aumentar?É claro que sim, pois mesmo este meu "pequeno núcleo clanico" está envolvido, direta ou indiretamente, em um clã maior, em uma irmandade maior, cujo laço não se dá apenas pelas relações de afeto e carinho mutuas, mas também pelo trabalho em conjunto na Grande Obra. Por isto, para mim, o clã chega a ser mais valioso do que a família de sangue, pois a primeira, tem os laços dedicados na alma...
Muitos entram em nossas vidas...muitos saem delas...alguns deixam feridas...outros deixam curativos...mas todos sempre nos deixam uma valiosa lição, de que somos seres sociais, e dependemos uns dos outros, de uma forma ou de outra, mas só cabe a gente decidir como isto é feito
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