sábado, 28 de janeiro de 2012

Magia - dia 11

Finalmente, chegou o dia de um dos temas que mais adoro no druidismo... Falar de magia na cultura celta e druídica, é algo que chega a ser obrigatório em muitas ordens druídicas, como a minha, por exemplo. E vai ser bom falar sobre isto, pois criou-se muitos mitos acerca do tema, que é bom que sejam desfeitos.

O que é magia, afinal de contas!? Segundo alguns, é o ato de moldar a natureza e a realidade de acordo com a sua vontade. Esta definição, que não é nova, é base da Tradição Universal, que foi e é transmitida a gerações por inúmeros ocultistas famosos, como Agripa, Eliphas Levi, Papus e Franz Bardon. Este conceito não é diferente para os druidas, onde temos inúmeras lendas que mostram mudanças de forma - como a Lenda do nascimento de Taliesin, que eu ainda vou discorrer sobre nos próximos dias - ou de dimensão - como a Lenda de Viviane e Merlin. O que difere é que, para os celtas e druidas, magia é uma coisa natural e acessível a todos, desde que haja dedicação e disciplina naquilo que se faz! Novamente, retornando ao dia de ontem, sem esforço não se chega a lugar nenhum...


Se fizéssemos um livro, onde contássemos a origem da magia e da Tradição Mágica Ocidental, obrigatoriamente teríamos que passar pelos druidas. Aliás, muito do Ocultismo moderno é sim oriundo do druidismo (alguns vão pensar que estou doido, mas não.)... Pensem comigo: O druidismo trabalhava com a Espargira - apesar de ser utilizada outra denominação -  e esta, por sua vez, foi uma das ciências sagradas que deu origem a alquimia. Os trabalhos em Círculos Mágicos, comuns na Teurgia, teve uma origem primitiva - sim, pois os Círculos primitivos em nada eram parecidos com os de hoje - nas Cerimônias Druídicas. Os Instrumentos Mágicos tão úteis na Magia cerimonial - varinha, espada, punhal, cálice, prato - tem seu correspondente no druidismo (aliás, a lenda onde Parsival participa de um banquete, onde encontra a Lança de Longinius, o Prato da Santa Ceia, o Graal e a Excalibur servem como um belo exemplo!)... Até a vassoura, comum na Wicca, é utilizada por nós, mas de forma totalmente diferente (a utilizamos para limpar as energias impregnadas do ambiente, e não como um portal dimensional como a Wicca... Apesar de gostar muito da ideia!). Sim, a magia de hoje é fruto do druidismo do passado, assim como o druidismo do passado é fruto do xamanismo primitivo! Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma, como diria Lavoisier!



Por isto, vejo com certo assombro alguns autores que criticam outros, dizendo "esta magia não é druídica, é wiccana", ou "isto é da magia cerimonial, e não do druidismo"... Se dessem ao menos ao trabalho de estudar estes alfarrábios de magia e ocultismo, e comparassem com o que é conhecido do druidismo desde o início, jamais diriam tal coisa! A magia, em si, é universal, e não possui divisões... Estas só existem por finalidade de estudo! Como eu já escrevi em um outro blog, um verdadeiro iniciado sempre será reconhecido por outro, pois Magia é uma coisa só! Paremos pois, com os pré-conceitos contra "orações celtas" que não tem dizeres celtas, com fórmulas que não condizem com os arquivos históricos... O que vale, nestes casos, está na funcionabilidade dos mesmos, e não no fator histórico! Vejo muitos rituais repletos de trechos de livros e poemas celtas, mas vazio de essência, e vejo muitos outros, feitos apenas com as palavras da Inspiração que a todos nós assiste, sem nenhum trecho de Carmina Goidélica ou outro texto antigo, mas repleto da energia dos Antigos. Magia, meus caros, está aí, na nossa frente...cabe a nós nos esforçarmos para conhecê-la como ela é, e não como queremos que ela seja!

AWEN


Um comentário:

  1. Seu texto não poderia ser mais adequado. Creio que estamos a viver justamente um momento de despertar. É tempo de resgatar saberes valiosos que foram esquecidos pela humanidade há séculos, num desastroso desvio do real propósito do homem na Terra: Co-criar.

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